– Desafio para o médico é também prevenir as doenças cardíacas
– Nove a cada 10 pacientes diabéticos têm doença cardiovascular aterosclerótica
– 14 de novembro é o Dia Mundial do Diabetes
São Paulo, novembro de 2020 – Foi divulgado no EASD (Congresso Europeu de Diabetes) o estudo CAPTURE, a primeira pesquisa global, não intervencionista, que avaliou a prevalência de doença cardiovascular em quase 10 mil pessoas com diabetes tipo 2 (DM2) em 13 países, incluindo o Brasil.
Este estudo mostrou que um a cada três pacientes com DM2 tem doença cardiovascular estabelecida e nove a cada 10 têm doença cardiovascular aterosclerótica. A doença cardiovascular aterosclerótica é causada pelo acúmulo de gorduras, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias, o que estreita os vasos e resulta em redução do fluxo sanguíneo, podendo levar a eventos como ataque cardíaco e derrame.
“Nós médicos temos que fazer muito mais que controlar a hemoglobina glicada: se meu paciente com DM2 tem sobrepeso ou obesidade, preciso fazê-lo perder peso, controlar os risco de infarto, de AVC, ou seja, o controle dos níveis de açúcar representa apenas uma parte do problema, que é hoje global”, explica a Dra. Andressa Heimbecher, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).
O estudo indicou ainda que apenas 20% dos pacientes com DM2 e doença cardiovascular aterosclerótica estavam recebendo tratamento com medicações que têm benefício cardiovascular comprovado.
De acordo ainda com a Dra. Andressa, medicamentos como liraglutida, semaglutida, empagliflozina e dapagliflozina têm mostrado nos últimos anos benefícios além da redução da hemoglobina glicada. “Estudos consistentes indicam que eles podem reduzir risco de infartos, derrames e perda de funcionamento do rim. Como a doença cardiovascular é a principal causa de morte nas pessoas com DM2, é fundamental fazer o rastreio para essas complicações e proporcionar o melhor tratamento”, finaliza a endocrinologista.
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