Após dois anos de trabalho, foi publicado este mês o Consenso Brasileiro para o Diagnóstico e Tratamento do Hipoparatireoidismo. Ainda pouco conhecida, estima-se que a prevalência dessa doença seja de 0,25 por 1.000 indivíduos. Nos últimos dois anos foram publicados os consensos europeu e americano. A novidade deste documento é ter sido escrito em conjunto com cirurgiões de cabeça e pescoço, que responderam questões relacionadas à esfera cirúrgica.
“O tratamento padrão não é feito com o hormônio que falta no paciente (o paratormônio). Há décadas usamos cálcio e vitamina D. Em alguns casos podemos lançar mão de tiazídicos para diminuir a perda urinária de cálcio e necessitar de quelantes de fósforo nos quadros mais graves. É importante ter acompanhamento especializado para monitorar o tratamento e as complicações crônicas da doença”, explica o Dr. Sergio Setsuo Maeda, diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP) e um dos autores do consenso.
A causa mais frequente de hipoparatireoidismo no Brasil e no mundo ocorre após cirurgias de tireoide, quando as glândulas paratireoides podem ser lesadas. Em outros casos mais raros, o hipoparatireoidismo pode acontecer por destruição da glândula por doença autoimune ou por má-formação genética. A presença de catarata ou calcificações cerebrais deve levantar esta suspeita, especialmente quando aparecem em jovens com quadro clínico compatível. As dosagens sanguíneas de cálcio e PTH baixos definem o diagnóstico.
De acordo com o consenso, as complicações crônicas do hipoparatireoidismo estão relacionadas à progressão da doença e ao seu tratamento e incluem doenças renal, ocular, cardiovascular, óssea e manifestações neuropsiquiátricas.
Sintomas – formigamentos na região da boca, mãos ou pés, cãibras, que podem chegar a convulsões e contrações musculares involuntárias e frequentes. Em geral, estes sintomas aparecem logo após a cirurgia, mas em alguns casos podem levar meses ou anos para aparecer.
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