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Fadiga adrenal não existe

Médico alerta para falsos diagnósticos

 

“Caso você tenha recebido o diagnóstico de fadiga adrenal, desconfie, pois isso não existe”, alerta Dr. Sonir Antonini, da diretoria da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).

As pessoas que se sentem cronicamente cansadas, com sensação de fraqueza ou indispostas podem estar apresentando sintomas decorrentes de várias outras doenças que exibem fadiga como sintoma. Pessoas que se sentem sobrecarregadas pelo trabalho ou estresses da vida cotidiana, com falta crônica de bom sono ou com algum distúrbio psico-afetivo também podem ter sintomas semelhantes, aos quais maus médicos atribuem à “fadiga adrenal”.

Existem doenças relacionadas às glândulas adrenais que geram insuficiência adrenal, mas tais doenças são graves e raras, com tratamentos específicos, e devem ser tratadas por um endocrinologista. “Todas as informações contidas na internet que preconizam tratamento para o termo ‘fadiga adrenal’, são enganosas”, alerta Dr. Sonir.

O que são

As glândulas adrenais (ou suprarrenais) se localizam no abdômen, próximas aos rins. São divididas em duas partes: externa ou córtex e a interna ou medula. A camada externa se divide em três zonas, e cada uma secreta um tipo diferente de hormônio esteroide: aldosterona, cortisol e androgênios. As doenças que afetam essa camada podem resultar em falta ou excesso de um ou mais desses esteroides. A medula adrenal secreta as catecolaminas, principalmente adrenalina e noradrenalina.

As doenças do córtex adrenal são causadas por problemas genéticos em sua formação, como a hiperplasia adrenal congênita (detectada pelo teste do pezinho). Além disso, doenças infecciosas (AIDS, tuberculose, fungos) ou autoimunes (adrenalite autoimune) podem afetar as adrenais. Embora não tão frequentemente, tumores benignos ou malignos se formam nessas glândulas.

Os sinais e sintomas dependem se há excesso ou falta dos hormônios adrenais. De maneira bem resumida:

  • O excesso de aldosterona causa hipertensão arterial de difícil tratamento. Sua falta causa pressão baixa, tontura, vômitos e desidratação.
  • O excesso de cortisol leva à síndrome de Cushing, que resulta em ganho excessivo de peso, hipertensão arterial, diabetes mellitus e grandes estrias vermelhas. Em criança, leva à deficiência de crescimento. A falta de cortisol causa hipoglicemia, fraqueza e pressão arterial baixa, entre outras alterações.
  • O excesso de hormônios androgênios (hormônios masculinos) causa surgimento de pelos pubianos precocemente em crianças e acelera o crescimento. Em adolescentes e mulheres, causa excesso de pelos no corpo, excesso de acne, alterações menstruais e infertilidade, hipertrofia muscular e engrossamento da voz.
  • Quando há produção excessiva de adrenalina ou noradrenalina por um tumor da medula adrenal chamado feocromocitoma, ocorrem picos de pressão arterial muito elevada acompanhados por dor de cabeça, tontura e sensação de morte iminente. Às vezes, esses episódios podem ser confundidos com síndrome do pânico.

O tratamento é feito pela remoção da causa, quando se tratar de tumores. No caso da falta de um ou mais dos hormônios adrenais, o procedimento é baseado na substituição do(s) hormônio(s) ausente, geralmente por períodos longos ou por toda a vida.

 

Sobre a SBEM-SP

A SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo) pratica a defesa da Endocrinologia, em conjunto com outras entidades médicas, e oferece aos seus associados oportunidades de aprimoramento técnico e científico. Consciente de sua responsabilidade social, a SBEM-SP presta consultoria junto à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, no desenvolvimento de estratégias de atendimento e na padronização de procedimentos em Endocrinologia, e divulga ao público orientações básicas sobre as principais moléstias tratadas pelos endocrinologistas.

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