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Estatinas: mitos e verdades

As estatinas são medicações indicadas para tratar o colesterol elevado, com o objetivo de reduzir o risco de uma pessoa apresentar um evento cardiovascular, como infarto ou acidente vascular cerebral.


Abaixo, alguns mitos e verdades sobre as estatinas.

Estatina causa demência – Mito. Pacientes que fazem uso de estatinas apresentaram risco significativamente menor de demência vascular, que é ocasionada pela obstrução dos vasos sanguíneos do cérebro por placas de colesterol. “Não se demonstrou que elas causem demência ou problemas de memória. Apenas um estudo mostrou essa associação. E isso poderia ocorrer porque algumas estatinas podem entrar no cérebro e isso levaria a uma piora da cognição”, comenta a endocrinologista Dra. Patrícia Moreira Gomes.

As estatinas fazem mal para os rins. – Mito, as estatinas não levam a piora da função renal.

No caso dos idosos, a polifarmácia poderia interferir na ação da estatina. Verdade, o uso concomitante de estatinas e outras medicações é frequente e pode contribuir com aumento do risco de reações adversas. Já foram descritas interações da Sinvastatina com anlodipino (para tratar hipertensão arterial, levando a aumento da concentração da estatina) e varfarina (anticoagulante oral, aumentando o risco de sangramento).

Estatinas evitam doenças cardiovasculares. Verdade. Todo mundo precisa saber que as estatinas são medicações que reduzem os níveis de colesterol e que, quando bem indicadas, podem reduzir o risco de aparecimento de doenças cardiovasculares ou reduzir o risco de novos eventos cardiovasculares em quem já teve algum. As estatinas comprovadamente inibem o acúmulo de colesterol nas artérias, um processo chamado de aterosclerose, que a longo prazo leva a doenças cardiovasculares graves, como infarto e AVC.

Estatina pode causar dor muscular. Verdade. A toxicidade dos músculos é um efeito colateral possível das estatinas. Cerca de 2% a 10% dos pacientes em uso de estatina podem queixar-se de dor muscular; 0,5% podem apresentar miosite, que é uma inflamação do músculo, e 0,1% apresenta rabdomiólise, que é uma lesão grave do músculo. “Por isso com o uso da medicação, o médico deve monitorar tanto os sintomas que possam aparecer, quanto solicitar exames de transaminases (TGO/TGP) e creatinofosfoquinase (CPK) para avaliar os pacientes com maior risco de terem eventos adversos”, finaliza a médica.

“Mitos e verdades dos efeitos das estatinas” é tema do 35º Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia, que acontece de 3 a 7 de setembro, no Transamerica Expo Center, em São Paulo.