Um dos métodos mais tradicionalmente utilizados para notificação de obesidade é o índice de massa corpórea, porque é o cálculo que leva em relação o peso e a altura da pessoa. “Porém, esse método tem uma limitação, pois ele não consegue discriminar onde está esse acúmulo de gordura: se é na região abdominal, nos glúteos, ou nas coxas, por exemplo. E é a gordura localizada na região abdominal a que traz mais riscos para saúde como hipertensão, diabetes e eventos cardiovasculares como infarto ou derrame”, explica Dra. Viviane Molinos, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).
A endocrinologista pontua ainda sobre estudos indicando que o tamanho da circunferência abdominal tem uma relação direta com a mortalidade das pessoas. Outros trabalhos avaliaram que homens com 110 cm ou mais de circunferência abdominal tiveram 52% a mais de mortalidade se comparados aos com uma cintura menor que 90 cm.
Nessa base, a circunferência abdominal maior que 94 cm em homens e maior que 88cm em mulheres pode levar a risco aumentado para doenças metabólicas e isso se dá, principalmente, porque a célula de gordura da região abdominal não serve somente para estoque de gordura, mas secreta uma série de substâncias com ação inflamatória tanto local como com chance de migrar para corrente sanguínea e agir em outros tecidos do corpo.
“Essas substâncias podem interferir dificultando a ação da insulina, situação chamada de resistência à insulina, que acaba sendo a origem do diabetes. Isso também altera o tônus dos vasos sanguíneos podendo levar ao aumento da pressão arterial e ao desequilíbrio dos lipídios no organismo”, lembra a endocrinologista.
Atividade física regular, alimentação balanceada, redução de consumo de alimentos ultraprocessados, sono em dia e, em alguns casos, intervenção medicamentosa, estão entre os pilares do tratamento contra o excesso de peso.
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