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A interação dos exercícios físicos com os hormônios

Quando nos mexemos, nosso músculo sinaliza que estamos vivos, que podemos exercer nossa fisiologia plenamente, e faz isso por meio de diversos hormônios que secreta. Portanto, o exercício ativa um órgão endócrino, o músculo, que sinaliza vitalidade, deixando o cérebro mais aguçado (pela irisina), com menos fome (pela interleucina 6), pronto para queimar melhor reservas de energia (interleucina 6), melhoramos nossa secreção de insulina (através do aumento de secreção de GLP-1), dentre outros.

Os hormônios das glândulas clássicas, que não o músculo, são impactados pela atividade muscular, por exemplo:

  • Cortisol: aumenta durante o exercício, junto com a adrenalina, permitindo suportar o desafio do exercício, e acaba por modular a imunidade, otimizando a resposta inflamatória. O aumento de interleucina também regula a imunidade.
  • Insulina: a secreção de interleucina 6 melhora a secreção de GLP1 e este, por sua vez, melhora a secreção de insulina. Além disso, o exercício melhora a sensibilidade do corpo à insulina. Conseguindo secretar melhor, além de necessitar menos deste – já que o corpo se torna mais sensível à sua ação – evita grandemente o diabetes.
  • Sobre os hormônios de origem muscular, as miocinas, alguns exemplos:
  • O músculo secreta um hormônio quando está parado, muito interessante. Chama-se miostatina. É um sinalizador de sedentarismo. Se você não se movimenta, secreta. Sua função é brecar formação muscular e de osso. Ou seja, ele detecta que você está muito parado e, portanto, doente. Para te defender, poupa formação de tecidos não vitais naquele momento.
  • Interleucina 15: combate o envelhecimento da pele.

O exercício ajuda a balancear os hormônios quebrando um ciclo de sinalização de doença. Este ciclo vem tanto do sedentarismo, quando da alimentação excessiva, dos quais os danos são rebatidos pelo exercício.

Por exemplo, quando um animal é alimentado em excesso, há um acúmulo de gordura dentro da célula muscular. Isso trava a ação da insulina e faz subir a glicose. Se você submeter esse animal ao exercício após superalimentá-lo, esse músculo é lavado, melhorando a função do organismo.

Outro: conforme comemos mal e ficamos parados, o acúmulo de gordura corporal vai inflamando e “enferrujando” o circuito que controla nossa fome. O exercício secreta interleucina 6, que ajuda a desinflamar esse circuito, chamado hipotálamo, e melhora a fome.

A ideia básica de 150 minutos de exercpicio físico por semana é um alvo interessante. Contudo, só de nos mexermos minimamente, caminhando no dia a dia, subindo mais escadas, saindo para caminhar alguns dias durante a semana, já fazemos um nível de faxina básica do organismo. Lembrar que estar parado é doença! O corpo lê nosso comportamento, e temos que dar as informações corretas para que ele funcione melhor.

Fonte: Dr. Thiago Fraga Napoli, associado da SBEM-SP em entrevista para a Boa Forma